Biossegurança

Biossegurança é um conjunto de medidas voltadas para a prevenção, minimização ou eliminação de riscos inerentes às atividades em ambientes ocupacionais do campo da saúde e laboratorial, que podem comprometer a saúde do homem e causar danos ao meio ambiente. Os laboratórios de ensino e pesquisa por serem ambientes de trabalho diferenciados pela diversidade e rotatividade de profissionais envolvidos, além da presença de variados fatores de risco estão sujeitos a maior incidência de acidentes se práticas seguras não forem adotadas. Assim, a adoção de boas práticas de laboratório e de barreiras de proteção individuais e coletivas, tem como objetivo a manutenção das condições de saúde e segurança do homem e a higidez do meio ambiente do trabalho.

 

Boas Práticas de Laboratório

Boas práticas de laboratório consiste em um conjunto de normas que visa a organização das condições das atividades desenvolvidas em laboratório, garantindo a confiabilidade dos resultados, a saúde e segurança do homem e a higidez do meio ambiente do trabalho. São princípios básicos das boas práticas de laboratório:

  1. Uso de vestimenta adequada e equipamento de proteção individual.
  2. Manutenção da ordem e limpeza do local de trabalho.
  3. Nunca trabalhar sozinho no laboratório ou fora do horário de expediente, fins de semana e feriados em atividades de elevados riscos.
  4. Verificação do estado de conservação dos equipamentos e materiais de trabalho, antes de iniciar suas atividades.
  5. Nunca pipetar com a boca, usar peras de sucção (pipetadores por três vias) ou outro dispositivo.
  6. Manter postura profissional, evitando brincadeiras e distrações durante o trabalho.
  7. Nunca ingerir alimentos, beber ou fumar dentro do ambiente do laboratório.
  8. Transporte de produtos químicos em recipientes fechados e com alça de transporte manual, e carrinhos de transporte adequados.
  9. Armazenar os produtos químicos de acordo com a classe de risco e normas de segurança.
  10. Manutenção preventiva e periódica dos equipamentos.
  11. Desligar equipamentos elétricos, tomadas e torneiras ao final do trabalho.
  12. Operar equipamentos elétricos somente em perfeitas condições de uso.

 

Equipamento de proteção individual (EPI)

Os equipamentos de proteção individual são todos os dispositivos de uso individual destinados a proteger a saúde e a integridade física do trabalhador. O EPI não evita acidentes como os de proteção coletiva, mas minimizam ou evitam lesões decorrentes de acidentes. O uso deve ser orientado pelo Serviço de Segurança do Trabalho, considerando os perigos existentes no ambiente de trabalho, e a adequação a tarefa, ao usuário e ao local da exposição.

Proteção dos olhos

São utilizados para proteção dos olhos contra impactos, respingos e aerossóis e raios ultravioletas. Recomenda-se a higienização e conservação em local adequados, conforme orientações abaixo:

  • Lavar com água e sabão neutro;
  • Secar suavemente com papel absorvente (não friccionar o papel para não riscar a lente);
  • Acondicionar na embalagem com a lente voltada para cima.

Óculos de proteção

 

Proteção respiratória

Pode ser necessário o uso de proteção sempre que existir risco de introdução no organismo através da via respiratória, de substâncias suspensas no ambiente que sejam agressivas ao organismo. Também recomenda-se o uso de meios primários de contenção como equipamentos de exaustão externa sempre que necessário, além de normas e boas práticas de laboratório, 

O respirador purificador de ar visa a proteção do usuário contra a inalação de contaminantes perigosos (sólidos, gases ou vapores), e a seleção do tipo de respirador deve ser orientado pelo Serviço de Segurança do Trabalho, considerando os perigos existentes no ambiente de trabalho, e a adequação do respirador a tarefa, ao usuário e ao local da exposição.

Os parâmetros de seleção e uso adequado devem seguir a Instrução Normativa nº 1 de 11/04/1994, da Secretaria de Segurança e Saúde no Trabalho do Ministério do Trabalho e Emprego, e do Manual de Programa de Proteção Respiratória da FUNDACENTRO 4ª edição, 2016.  No caso da proteção contra exposição a agentes biológicos seguir as orientações da NR32 – Segurança e Saúde no Trabalhado em Serviços de Saúde, e da Cartilha de Proteção Respiratória contra Agentes Biológicos para Trabalhadores de Saúde, da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).

O respirador deve possuir o Certificado de Aprovação (CA) emitido pelo Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) e antes do uso o usuário deve realizar o teste de ajuste de vedação para detectar vazamentos de ar, conforme preconizado no regulamento 1910.134 (f) OSHA. A substituição deve ocorrer sempre que necessário para garantir a eficiência do respirador e segurança do usuário.

Respirador purificador de ar (descartável)

São peças semifaciais filtrantes, também conhecidas como máscaras descartáveis, para retenção de aerodispersoides, constituídas, total ou parcialmente, de material filtrante, tirantes e, podendo ou não possuir válvulas de exalação. São dotados de camada de material que retém gases e vapores até concentrações de 50 ppm.

 

Peça semifacial filtrante com válvula de exalação

Respirador purificador de ar (com filtro)

Composto de uma cobertura das vias respiratórias, tirantes, válvulas, conectores e outros componentes e filtros e cartuchos. O ar exalado flui diretamente para o ambiente atmosférico, através da válvula de exalação ou por outro meio apropriado. A peça semifacial cobre nariz e boca e se apóia sob o queixo. Os filtros neste tipo de respirador podem ser do tipo de encaixe ou rosca, mecânicos, químicos ou combinados.

Respirador – Peça semifacial com filtro

 

Filtro químico classe 1 – vapores orgânicos e gases ácidos (cartucho químico)

 

Proteção dos membros superiores

Luvas

São utilizada para proteção das mãos e punhos do usuário prevenindo a contaminação contra agentes químicos, biológicos, perfurações, entre outros riscos. Alguns exemplos abaixo:

 

Luva de proteção em látex  para proteção contra fluidos e materiais contaminados

 

 

Luva de proteção em borracha nitrilica para proteção contra agentes químicos

 

 

Luva de proteção em nitrilon para proteção contra corte por lâmina e vidro, e perfuração por punção

 

Avental (jaleco)

O uso de avental é de uso obrigatório para todos que trabalham nos ambientes laboratoriais onde ocorra a manipulação de microrganismos patogênicos, manejo de animais, lavagem de material, esterilização, manipulação de produtos químicos, radioisótopos e etc. Devem ser de mangas compridas, cobrindo os braços, o dorso, as costas e a parte superior das pernas.

 

Proteção dos membros inferiores

Calçados para proteção

Devem ser fechados e são destinados à proteção dos pés contra umidade, respingos, derramamentos e impactos de objetos diversos, não sendo permitido o uso de tamancos, sandálias e chinelos em laboratórios. 

 

Equipamento de Proteção coletiva (EPC)

Os equipamento de proteção coletiva são dispositivos, sistemas ou produtos de uso coletivo, destinados à proteção e promoção da segurança e saúde das pessoas no local de trabalho. Exemplos:

  • Sistema de exaustão: elimina gases, vapores ou poeiras contaminantes.
    • Capelas de exaustão; Capela de segurança biológica;
  • Enclausuramento: ambientes fechadas para eliminar barulho excessivo, contaminação do ambiente.
    • Ante-câmaras
  • Chuveiro de emergência;
  • Lava-olhos.

 

 

Segurança química

Podemos prevenir acidentes com produtos químicos, adotando medidas de segurança que podem minimizar ou neutralizar o risco existente.

Armazenamento

Como não se pode eliminar o risco dos produtos químicos uma medida que podemos empregar é sinalizar o risco com o uso de simbologia adequada no armazenamento, com o uso de placas ou rótulos sinalizadores com advertências como por exemplo locais onde é proibido fumar, risco de explosão etc.

Etiqueta estoque de produto químico

Também requisitos de segurança devem ser incluídos na organização do laboratório considerando as propriedades físicas e químicas dos produtos químicos armazenados, prevenindo a ocorrência de incêndios, explosões, emissão de gases tóxicos, vapores, pós e radiações ou combinações variadas desses efeitos. As compras devem ser realizadas de acordo com as necessidades previstas, em razão da aquisição de quantidades excedentes criar problemas de armazenamento e imobilizar recursos. Além disto, o descarte de itens com validade vencida ou sem condições de uso também implica em custos para a instituição.

 

Classificação e identificação de produtos perigosos

A Organização das Nações Unidas (ONU) classificou os produtos perigosos em nove classes de riscos. 

Classe 1 – Explosivos; 

Classe 2 – Gases; 

Classe 3 – Líquidos Inflamáveis;

Classe 4 – Sólidos Inflamáveis; 

Classe 5 – Substâncias Oxidantes e Peróxidos Orgânicos; 

Classe 6 – Substâncias Tóxicas e Substâncias Infectantes; 

Classe 7 – Material Radioativo; 

Classe 8 – Substâncias Corrosivas; 

Classe 9 – Substâncias e Artigos Perigosos Diversos.

 

A identificação de produtos perigosos é realizada por meio da simbologia de risco, através do rótulo de risco, que são figuras que possuem a forma de um losango, contendo o pictograma/símbolo de identificação do risco. e o número da classe ou subclasse de risco referentes à classe/subclasse do produto perigoso, sendo normatizado pela norma ABNT NBR 7500 – Identificação para o Transporte Terrestre, Manuseio, Movimentação e Armazenamento de Produtos. Esta norma trata da simbologia dos veículos e equipamentos, assim como das embalagens e volumes, a fim de indicar os riscos e os cuidados a serem tomados no transporte terrestre, manuseio, movimentação e armazenamento de produtos perigosos.  

 

Acidente com produto químico

Seguir os procedimentos POP FF-GAB003 – Procedimento para contenção em caso de quebra, vazamento ou derramamento de produto químico – REV_02, POP FF-GAB002 – Procedimento em caso de acidente com produto químico – REV_02,  e o Fluxograma FLX 003 – Fluxograma de conduta em caso de acidente com produtos químicos – FAFAR – REV01 V.

Derramamento de produto químico veja o vídeo abaixo:

 

 

 

Em caso de exposição a produto químico com contaminação e / ou intoxicação:

  • Contaminação da pele: lavar com água corrente e sabonete.
  • Contaminação dos olhos: lavar com água corrente (por 10 minutos). Procurar assistência médica especializada para cuidados complementares, levando consigo rótulo e/ou bula.
  • Intoxicação por inalação/ingestão: Primeiros socorros: consultar fichas de informação sobre segurança de produto (FISPQ) ou rótulo/bula. Contatar imediatamente o serviço de toxicologia do Hospital João XXIII (0800-722-6001), e encaminhar a vítima para o hospital/médico mais próximo, levando consigo as informações de segurança (rótulo/bula etc.) do produto.
  • Roupas contaminadas deverão ser lavadas.
  • Sapatos  contaminados devem ser descartados.

 

Quadro 01 - Comunicação e solicitação de ajuda (PARA IMPRIMIR)

CONTATO
TELEFFONE
OCORRÊNCIA
Corpo de Bombeiros Militar (COBOM)
193
Atendimento com acidente com volumes expressivos ou difícil controle
Núcleo de Emergência Ambiental  de Minas Gerais
99822-3947 
99825-3947 
3915-1236
Notificação e orientação de acidentes  ambientais de grandes proporções
Serviço de Toxicologia do Hospital João XXIII (Pronto Socorro)
0800-722-6001
Atendimento a vítimas de  envenenamento ou intoxicação com produtos químicos.
Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU)
192
Vítimas graves que necessitem de atendimento especializado e remoção para serviço de urgência
Engenharia de Segurança do Trabalho/DAST
3409-4498 
Notificação com acidente com  produtos químicos
Divisão de Assistência à Saúde/DAST
3409-4499
Atendimento com acidentes com vítimas 
Divisão de Segurança Universitária (DSU)
3409-4383
3409-4100
Isolamento ou segurança do local
Departamento de Gestão Ambiental (DGA)
3409-4361
3409-3220
Orientação relacionada à proteção ambiental.
Gerenciamento Ambiental e Biossegurança/FAFAR
3409-6839
Orientação relacionada ao descarte dos resíduos gerados e notificação de incidentes /Acidentes envolvendo produtos perigosos.
Apoio Logístico/ FAFAR 
3409-6839
Solicitação de serviços de limpeza e transporte
Portaria FAFAR BLOCO 01
Portaria FAFAR BLOCO 04
3409-6736
3409-6833
Permissão para acesso das equipes de apoio ao prédio e chamar ajuda se necessário.

 

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