Coordenadora do CEAF recebe Comenda do Mérito Farmacêutico do CRF-MG em setembro de 2015

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“Foi com grande alegria e espanto que recebi a notícia que eu fui indicada para receber a Comenda do Mérito Farmacêutico do Conselho Regional de Farmácia de Minas Gerais em 2015. É fácil compreender o sentimento de alegria. Afinal, estou envolvida com a profissão de Farmácia há quase 30 anos, tendo que 20 desses como docente na UFMG. E acredito que, como todo ser humano, é gostoso ser reconhecido pelo trabalho que desempenhamos todos os dias com amor. Mas, quero falar sobre o sentimento de espanto. De onde ele veio? Ele provavelmente veio de um lugar que venho ocupando na profissão há aproximadamente 18 anos. Um lugar “disruptivo” – tentando usar o termo amplamente utilizado na atualidade que se refere a uma inovação tecnológica de caráter revolucionário que apresenta características bem melhores que os produtos já estabelecidos no mercado. Este lugar foi ocupado como resultado de muita reflexão sobre essa profissão e o seu papel potencial na sociedade. Naquela época já estava muito claro que estávamos fazendo muito pouco com o conhecimento que tínhamos! Descobria então as atividades clínicas do farmacêutico. O trabalho direto com o paciente para influenciar os resultados da sua farmacoterapia deveria ser a razão de ser do profissional farmacêutico. Mas, como esperado, essa notícia foi considerada absurda por muitos. O trabalho direto com o paciente era uma ideia estrangeira, que não se aplicava à realidade do Brasil. O momento era de organizar as farmácias e garantir o acesso a medicamentos de qualidade. Não “comprei” essa ideia! Três anos depois pipocavam na literatura artigos descrevendo uma nova prática denominada atenção farmacêutica. Aí tudo fez mais sentido ainda! Essa prática apresentava à profissão uma descrição clara das nossas responsabilidades profissionais como cuidadores diretos das pessoas e uma metodologia de trabalho que poderíamos utilizar em cada encontro com qualquer paciente, independentemente do medicamento utilizado e do seu problema de saúde. Foi como se um ciclo tivesse sido fechado na minha busca angustiada por uma missão significativa para o farmacêutico que se considera profissional da saúde. Porém, o lugar continuava “disruptivo” na perspectiva de muitos dos meus interlocutores. Como sabemos, mudar é desconfortável e difícil. Ademais, as grandes mudanças, inovações ou revoluções não emergem de consensos! E essa tem sido mais ou menos minha trajetória… Aí então retorno ao meu sentimento de espanto. O órgão de representação máxima dos farmacêuticos do Estado de Minas Gerais compreende a necessidade de mudança, ou melhor de uma grande mudança na profissão de Farmácia. Essa notícia me dá muita alegria e também me causa espanto. Espanto feliz, motivador e cheio de esperança por um futuro em que o farmacêutico assumirá um papel central, disruptor”, na equipe de saúde e nas vidas das pessoas que utilizam medicamentos.
Agradeço imensamente ao CRF/MG e dedico esta comenda aos farmacêuticos que estão fazendo e farão essa tão esperada revolução.”
Djenane Ramalho de Oliveira

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